A maioria das pessoas em todo mundo acordam, pegam suas xícaras, enchem de café e vão para o trabalho. Algumas compram o café na rua. Outras tomam o café que fica disponível nas máquinas dos próprios ambientes de trabalho. Há quem diga que uma xícara de café é estimulante para colocar as ideias em prática, e há quem fale que, é puro efeito placebo.
O metabolismo da cafeína é algo interessante de se estudar principalmente para entender por que algumas pessoas, principalmente atletas de alto desempenho, respondem à essa suplementação ou não. É importante ressaltar que a cafeína é uma das principais bebidas em todo o mundo, e está presente em diversas formas e produtos, como chás, bebidas energéticas, pré-treinos, termogênicos e até mesmo em alguns medicamentos.
A cafeína é altamente e rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal, sofrendo desmetilação pela enzima CYP1A2, presente no fígado, gerando três principais compostos (teofilina, paraxantina, teobromina). O suposto efeito ergogênico da cafeína vem da capacidade de bloquear os receptores de adenosina, inibindo a sensação de cansaço e sonolência.
E é a partir do estudo da genética que percebemos que existem genes que codificam as enzimas responsáveis pela metabolização da cafeína, como a CYP1A2. Estudos com atletas de alto rendimento mostraram que aqueles que possuem genótipo AA do CYP1A2 são considerados metabolizadores rápidos de cafeína, obtendo melhora de desempenho físicos em doses de 2 e 4mg/kg. No entanto existem alguns polimorfismos genéticos que caracteriza alguns indivíduos como metabolizadores lentos (genótipo AC) que seriam aqueles que não respondem de forma eficiente com o consumo de cafeína, existem ainda os metabolizadores “ultralentos” (genótipo CC) que além de não obter vantagem esportiva da suplementação de cafeína, pode até mesmo apresentar um efeito ergolítico, ou seja, reduzir o seu desempenho atlético.
Polimorfimos no gene CYP1A2 podem impactar a velocidade com que a cafeína é metabolizada pelo organismo, onde metabolizadores lentos podem sofrer efeitos adversos indesejáveis como taquicardia, ansiedade e privação de sono, por exemplo.
Pelo teste genético é possível detectar se você é um metabolizador lento ou rápido de cafeína. Entretanto, atualmente exames deste tipo são de valores altos e estuda-se a possibilidade de aplicar questionários de sinais e sintomas para identificar respostas do consumo de cafeína.
Logo, podemos concluir que a prescrição de suplementos e bebidas energéticas a base de cafeína, com fins de desempenho físico, devem ser individualizadas. Por isso, procure um profissional nutricionista capacitado para te orientar.
Para uma leitura mais aprofundada no assunto, segue a referência: https://doi.org/10.1124/pr.117.014407
Este texto foi escrito por Amanda Carneiro, baseado em artigos científicos. Todo material utilizado pode ser disponibilizado quando requerido. Se você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail [email protected]
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