O endométrio é um tecido de revestimento uterino, mas em algumas situações ele pode se desenvolver indevidamente em outros locais do corpo dando origem a endometriose. Com isso, a endometriose é uma doença que tem como principal característica a presença de tecido parecido com o tecido endometrial uterino, localizado nos ovários, septo vaginal, reto, trompas, bexiga ou peritônio pélvico. Ela acomete cerca de 20% das mulheres que estão em idade de reprodução e pode desencadear a infertilidade.
O tratamento da endometriose deve ser individualizado de acordo com a gravidade dos sintomas, a extensão e localização da doença, o desejo de gravidez, a idade da paciente, os efeitos adversos dos medicamentos, as taxas de complicações cirúrgicas e os custos.
Considerando que os estudos até então existentes apenas relacionavam indiretamente a vitamina D à incidência de endometriose, alguns mais recentes, propõe que a suplementação de vitamina D e resveratrol, juntamente com uma dieta equilibrada em ingestão de frutas, verduras e cereais integrais, promovem efeito protetor para o desenvolvimento e progressão desta doença.
Além disso, o ômega 3 por exemplo, de acordo com a literatura pode estimular a redução da adesão do tecido endometrial, além de atuar a diminuição da dor, minimizar o processo inflamatório por conta da sua capacidade anti-inflamatória e reduzir os sintomas de ansiedade, estresse e depressão que são comuns em mulheres com endometriose.
Há evidências também de que a suplementação com N-acetilcisteína (NAC) pode reduzir o tamanho de endometriomas (cistos sanguinolentos nos ovários). Em um estudo italiano com 92 mulheres, o grupo de pacientes tratadas com NAC tiveram os cistos reduzidos de tamanho, em média de -1,5 mm, contra um aumento significativo de +6,6 mm em pacientes não tratadas. Além disso, 24 mulheres no grupo NAC, contra somente 1 no grupo controle, cancelaram a laparoscopia programada devido à diminuição ou desaparecimento de cistos, e/ou redução relevante da dor.
Neste estudo foi administrada uma dose de 600 mg de NAC 3x por dia 3x por semana durante três meses. Outros dois estudos usaram NAC em associação com quercetina e cúrcuma ou com ácido lipoico e bromelaína. Em ambos, o resultado foi positivo, com melhora significativa e redução dos sintomas de dor associados à endometriose, permitindo diminuir o uso de anti-inflamatórios e analgésicos.
Logo, muitos estudos e revisões fornecem dados sobre a modulação da endometriose, que é um quadro inflamatório, no qual o tratamento nutricional deve contribuir para diminuir a inflamação nas pacientes com este quadro pró inflamatório. Diversos compostos bioativos podem ser utilizados para contribuir com a ação anti-inflamatória e antioxidantes.
Para uma leitura mais aprofundada no assunto, segue a referência: 10.1055/a-1207-0557
Este texto foi escrito por Amanda Carneiro, baseado em artigos científicos. Todo material utilizado pode ser disponibilizado quando requerido. Se você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail [email protected]
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