O TDAH tem uma fisiopatologia multifatorial, está relacionado a mudanças nos níveis e atividades de neurotransmissores como dopamina e norepinefrina. A dopamina regula a motivação, atenção e o sistema de recompensa. A maioria dos genes que causam o TDAH codificam sistemas de sinais de catecolaminas, incluindo o transportador de dopamina (DAT), o transportador de noradrenalina (NET), os receptores dopaminérgicos D4 e D5, a dopamina b-hidroxilase e a proteína-25 (SNAP -25). Os fatores ambientais também têm um papel na causa do TDAH, como exposições pré-natais a toxinas (cigarro, álcool) e complicações durante o parto. O eixo microbioma-intestino-cérebro é fundamental para analisar a condição de pessoas portadoras de TDAH. O eixo microbioma-intestino-cérebro está envolvido em mecanismos fisiopatológicos de neuroinflamação e estresse oxidativo que não têm origem apenas nos sintomas centrais do TDAH. Esse é um dos fatores para analisar o consumo dietético e a ingestão adequada de determinados nutrientes.
Os nutrientes essenciais como ácido docosahexaenóico (DHA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácidos graxos ômega-3 podem melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. O DHA é necessário para o desenvolvimento do cérebro pré e pós-natal, mas o EPA parece afetar mais o comportamento e o humor. Tanto o DHA quanto o EPA são responsáveis pela produção de metabólitos que protegem os neurônios. Os ácidos graxos ômega-3 são necessários para a formação das membranas celulares, incluindo as células cerebrais. Eles diminuem o estado inflamatório e melhoram a liberação e a captação de neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina. Além disso, tornam as células mais funcionais e flexíveis.
Um fosfolipídio chamado fosfatidilserina ajuda a construir e funcionar as membranas celulares, especialmente as membranas dos neurônios.
A fosfatidilserina tem altas concentrações no cérebro e desempenha funções importantes na comunicação celular e na função cerebral. Isso permite uma melhora significativa dos sintomas do TDAH em crianças e a memória auditiva a curto prazo. Além disso, os níveis de desatenção e hiperatividade-impulsividade diminuíram significativamente com o uso da suplementação.
A vitamina D regula o cálcio, o sistema nervoso central e vários processos neurobiológicos. O cálcio é um íon que é necessário para a função neuronal, e a vitamina D ajuda na regulação dos níveis de cálcio no cérebro. Além disso, regula os níveis de monoamina e fatores neuronais, protege o sistema neural de espécies de oxigênio reativas e regula as vias hormonais e de serotonina do sistema nervoso central. Enquanto o magnésio controla a via do glutamato N-metil aspartato, um estimulante que induz neurotoxicidade.
A melatonina melhora o ciclo circadiano de sono-vigília e aumenta a melatonina endógena, além de aumentar o tempo total de sono em crianças com TDAH e insônia crônica. Esse achado permite enxergar a melatonina como potencializadora no tratamento de TDAH.
Por fim, dados apontam que crianças com TDAH detém de uma redução de ferro, deficiência de ferro pode afetar algumas das funções cerebrais, como a neurotransmissão e a mielinização. A suplementação de sulfato ferroso foi capaz de restabelecer os níveis adequados.
Posologia:
Ômega 3 = 1-3g (EPA+DHA) próximo a refeições/dia
Vitamina D3 = 1000-2000UI próximo a refeições/dia
Melatonina = 2-6 mg antes de dormir/dia
Sulfato ferroso = 80mg/dia
Magnésio = 6 mg/kg/dia
Fosfatidilserina = 150-200 mg/dia
Esse texto foi escrito por Breno Prachedes @breno_prachedes, baseado em artigos científicos. Todo material utilizado pode ser disponibilizado quando requerido. Se você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail [email protected]. Respeite nosso material intelectual. Sempre que usar nossos textos, mencione o nome do autor e do site, por favor. Acompanhe-nos nas redes sociais e não perca nenhuma notícia e/ou promoção (busque por @certosaude)