O Morosil é extraído da Laranja Moro, a qual é a da espécies Citrus Sinensis,
sendo a mais prevalente no que diz respeito à cultivo e produção das frutas do
gênero Citrus, e o interesse por trás desse composto é devido à presença de
Vitamina C (antioxidante e importante para a síntese de colágeno), Flavonóides,
como é o caso das Antocianinas e Antocianidinas, as quais possuem um papel
fundamental no metabolismo das gorduras, principalmente por inibir PPAR-gama e
por ativação da AMPK, resultando em uma ativação maior da B-Oxidação,
ocasionando em maior lipólise e consequentemente menor acúmulo de gordura,
devido também pela inibição de alguns processos enzimáticos (como a enzima
ACC, a Acil-CoA Carboxilase) cruciais para a síntese de ácidos graxos.

O Morosil tem potencial de begeamento (ou “browning” como os autores
descrevem) do tecido adiposo, mas o que seria isso exatamente? Bom, existem 2
tipos de tecido adiposo, o branco e o marrom, o primeiro tem baixa atividade
mitocondrial e é o que armazenamos energia, o segundo por sua vez, tem alta
atividade mitocondrial (ou seja, uma elevada capacidade para geração de energia,
ATP), e também possui UCP-1, o qual é responsável por “conduzir” o substrato
energético para a formação de calor, ao invés de ATP, o que significa que mais
gordura é utilizada, pois agora existem 2 destinos para ela, e esse processo é
chamado de termogênese. Inclusive, esse tipo de tecido adiposo está muito
presente em animais hibernantes (por isso conseguem hibernar durante o inverno,
como é o caso dos ursos) e em bebês recém nascidos, no entanto, com o passar
dos anos a prevalência maior se torna do tecido adiposo branco, que tem
possibilidade de se acumular em um grau tão elevado que ocasiona em inflamação
e consequentemente problemas metabólicos, o mais comum é a resistência à
insulina, e o Morosil consegue inibir a via de inflamação do NF-kB que é uma das
mais importantes no que diz respeito à resposta imuno-inflamatória.
O Morosil consegue também modular a expressão de genes lipolíticos, como
PPAR-alfa e Acil-CoA Oxidase, possui também potencial de otimizar a secreção de
adipocinas, a exemplo da Leptina (responsável pela regulação da Saciedade, e
obesos possuem resistência, haja vista o elevado teor de adiposidade) e da
Adiponectina, que melhora a sensibilidade à insulina.

Outros compostos são as Hesperidina, Naringina (formas não glicosiladas) e
Hesperetina e Naringenina (formas glicosiladas), sendo que cada uma delas possui
funções de fulcral importância para redução da inflamação (redução do Fator de
Necrose Tumoral, o TNF, inibe a via do NF-kB (diminuindo a inflamação e secreção
de citocinas inflamatórias, as mais potentes são a IL-6 e IL-1B), inibe a via do ERK e
assim preservando a expressão de Fosfodiesterase-3B e da Perilipina, que são
genes anti-lipolíticos, que assim impede que ocorra liberação de ácidos graxos
livres, os quais são citotóxicos e um dos principais fatores da dessensibilização dos
receptores de insulina, além disso há também redução da atividade da Lipase
Hormônio Sensível, no entanto, todos esses mecanismos foram vistos em estudos
in vitro…

Mas em relação a nós, humanos, o que temos de evidência? Então, os
estudos apontam que os maiores privilegiados são indivíduos com obesidade,
associado a um quadro de síndrome metabólica e pré-diabetes, ou diabetes, e
também indivíduos com gordura localizada, sobretudo na área abdominal
(exatamente, no lugar mais “chato”), ocorre uma redução da adiposidade (Kg), IMC,
percentual de gordura, circunferência de cintura e quadril, e com isso uma série de
consequências positivas ocorre. A dosagem mais presente na literatura científica é
de 400mg, e é imprescindível dizer que é preciso que haja uma alimentação
balanceada (destinada ao emagrecimento, ou seja, com déficit calórico) e uma
rotina de exercícios físicos. Existem estudos que não relatam controle dietético e
nem programa de exercícios com resultados positivos, mas, também é um fator
limitante, pois não é possível dar credibilidade dos resultados somente ao suplemento, uma
vez que uma série de fatores pode ter interferido.

Esse texto foi escrito por Ronald Costa Delfino Oliveira (@roncosta_d), baseado em artigos
científicos. Todo material utilizado pode ser disponibilizado quando requerido. Se
você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail:
[email protected]. Respeite nosso material intelectual. Sempre que usar
nossos textos, mencione o nome do autor e do site, por favor. Acompanhe-nos nas
redes sociais e não perca nenhuma notícia e/ou promoção (busque por
@certosaude).

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *