As algas marinhas são componentes importantes na dieta humana em várias partes do mundo, especialmente no Sudeste Asiático. Além de serem fontes de macronutrientes essenciais, como aminoácidos e ácidos graxos, essas algas são ricas em compostos bioativos, como carotenóides, terpenoides, clorofila, vitaminas e polifenóis. Estudos mostram que esses compostos podem oferecer diversos benefícios à saúde, como atividades antimicrobianas, antiobesogênicas, anticancerígenas e antioxidantes.
Há discussões sobre a aplicabilidade das algas marinhas, especialmente a alga vermelha conhecida como Chondrus Crispus, no esporte. Isso se deve principalmente à presença de um dipeptídeo chamado citrulinil-arginina, que promete agir como um potencial vasodilatador, melhorando a síntese endógena de óxido nítrico.
Um estudo realizado em células isoladas de um modelo animal mostrou que a suplementação de Chondrus Crispus aumentou os níveis de testosterona e reduziu o estresse oxidativo. No entanto, é importante ressaltar que esse estudo foi realizado em modelo animal (ratos) e ainda são necessárias pesquisas adicionais para confirmar sua eficácia em humanos. A melhora nos níveis de testosterona pode ter um impacto positivo no desempenho atlético, uma vez que esse hormônio está associado ao desenvolvimento de fibras musculares e à força física. Além disso, a redução do estresse oxidativo pode ser benéfica para a adaptação ao exercício, uma vez que o estresse oxidativo em excesso pode prejudicar as adaptações celulares.
Além disso, estudos demonstram que a sazonalidade afeta significativamente o teor de compostos bioativos na alga vermelha. A Chondrus Crispus apresenta maior biodisponibilidade de citrulinilarginina durante o inverno, pois em climas frios este composto sofre menos degradação e ação de enzimas, ao contrário de outros compostos presentes na alga.
Apesar de alguns resultados promissores para atletas, como a redução da fadiga e dores musculares e articulares, é importante ressaltar que os estudos sobre a suplementação de citrulinilarginina são limitados. O único estudo em humanos abrangeu um grupo de pacientes com condições de saúde debilitadas, não estando diretamente relacionado à prática de exercício físico. Além disso, os efeitos observados não foram associados especificamente à presença do dipeptídeo citrulinilarginina, mas sim aos aminoácidos presentes na alga vermelha como um todo.
Portanto, por não existirem resultados encorajadores em relação às algas marinhas, é preciso ter cautela ao atribuir eficácia à suplementação de citrulinilarginina, especialmente no contexto esportivo. A literatura científica carece de evidências suficientes que sustentem os efeitos ergogênicos dessa suplementação. Mais estudos são necessários para entender melhor os mecanismos de ação e os benefícios específicos que as algas marinhas podem oferecer para atletas e pessoas ativas.
Esse texto foi escrito por Alan Matheus (@alanmatheusnutri), baseado em artigos científicos. Todo material pode ser disponibilizado quando requerido. Se você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail: [email protected]. Respeite nosso material intelectual. Sempre que usar nossos textos, mencione o nome do autor e do site, por favor.
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