Alimentação, estresse, fármacos. Esses são alguns dos fatores que afetam a microbiota intestinal. Mas o que é a microbiota intestinal? É toda comunidade de microorganismos que habitam o lúmen do intestino. Sendo constituída com mais de 100 trilhões desses microrganismos, e mais de 1000 espécies de bactérias (90% dos filos são firmicutes e bacteroidetes). Um indivíduo adulto, por exemplo, possui 150 vezes mais bactérias do que o próprio genoma humano.

Em relação ao padrão alimentar, os dados mostram que o número de brasileiros que recorreram aos fast-foods no primeiro trimestre do ano de 2023 foi superior ao mesmo período do ano passado, com um aumento de 4 milhões de indivíduos. Esse alto consumo de gorduras, carboidratos refinados, alimentos ricos em sódio, afeta a diversidade das bactérias que abrigam-se no intestino, diminui a riqueza dos microrganismos, ocasionando um processo de disbiose. Indivíduos com sobrepeso e obesidade possuem um aumento na relação firmicutes/bacteroidetes e uma proliferação de lipopolissacarídeo, uma endotoxina relacionada com o aumento da inflamação e permeabilidade intestinal.

Tal endotoxina ainda é capaz de cair na circulação sanguínea e ocasionar uma endotoxemia que colabora para uma inflamação
sistêmica. Esse ambiente é extremamente favorável para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, síndrome
metabólica, sobrepeso e obesidade, entre outros. Portanto, a conduta nutricional é fundamental para a prevenção e tratamento de quaisquer interferência que afetam o intestino.

Dentre os manejos nutricionais, os prebióticos, que são fibras não digeríveis, conferem inúmeros benefícios para a saúde do hospedeiro. Ao serem fermentadas promovem o crescimento das bactérias gram-positivas além de colaborarem para uma permeabilidade seletiva. Atenuam o estado inflamatório por meio da redução nos níveis de LPS
plasmáticos. O uso de mais de 5g de prebióticos em 4 semanas foi necessário para os referidos benefícios, tanto em indivíduos saudáveis (LECERF et al, 2012) como em pessoas com Diabetes mellitus tipo 2 (CHEN et al, 2023).

Os probióticos, que são os microrganismos vivos, exercem vários papéis na saúde intestinal e sistêmica. Podem reduzir os níveis de LPS e outros marcadores inflamatórios, colaborando para o processo de emagrecimento. Bem como reduzir sintomas depressivos em indivíduos deprimidos e com Depressão Maior. As bactérias intestinais são responsáveis pela produção de neurotransmissores como serotonina, GABA, Dopamina, que auxiliam na saúde cerebral. A associação de Pré e Probióticos são muito interessantes para efeitos sinérgicos.

A glutamina mostrou ser interessante para indivíduos com sobrepeso e obesidade, reduzindo os níveis de LPS e circunferência de cintura com doses de 30g por 14 dias. Além de modular a saúde intestinal em indivíduos praticantes de exercícios físicos, doses únicas de 0,5 e 0,9g/kg (2 horas antes da corrida) foram responsáveis pela redução de um marcador de permeabilidade intestinal em homens ativos que foram submetidos a uma hora de corrida a 70%VO2 Max no calor de 30°. O que é vantajoso para a melhora do desempenho do atleta.

Por último mas não menos importante, a redução no consumo de alimentos de uma dieta ocidentalizada (carboidratos refinados, gorduras saturadas, fast-foods), em troca para o aumento na ingestão de alimentos in natura, ricos em compostos bioativos e antioxidantes é muito proveitoso para boa integridade da microbiota intestinal.

E lembre-se: o que acontece no intestino, não fica só no intestino….
#nutraseuintestino

Esse texto foi escrito por Vitor Nascimento (@vitornascimentonutri – Pesquisar (bing.com), baseado em artigos científicos. Todo material pode ser disponibilizado quando requerido. Se você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail: [email protected]. Respeite nosso material intelectual. Sempre que usar nossos textos, mencione o nome do autor e do site, por favor.

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