A Dislipidemia é definida como alteração plasmática das lipoproteínas.
Os eventuais tipos são característicos de aumento nas concentrações
de triglicérides (hipertrigliceridemia) quando há um aumento de VLDL ou
de quilomícrons, ao ocorrer um aumento no colesterol
(hipercolesterolemia) quando há uma elevação nos valores de LDL-c ou
Colesterol total. A hiperlipidemia também é comum, que se refere a um
aumento tanto de triglicerídeos quanto de colesterol.
No Brasil, a dislipidemia é uma problemática. Como demonstrado em
estudos observacionais de base populacional, a prevalência de qualquer
tipo de dislipidemia ficou em 60% no ano de 2013. Em 2020, cerca de
75% ao se investigar, foram em indivíduos obesos. Quanto à taxa de
mortalidade cardiovascular no Brasil, ficou de 2 a 5 óbitos por 100.000
habitantes em 2010. Sendo os principais fatores que levam a tal
problemática, uma nutrição inadequada característico de um alto
consumo de gorduras saturadas, baixo consumo de frutas, vegetais e
fibras.
Do ponto de vista dietético, a suplementação de ácidos graxos da série
ômega 3 de origem animal como ácido eicosapentaenóico (EPA) o ácido
docosahexaenoico (DHA) provenientes de peixes e crustáceos de
águas muito frias dos oceanos Pacífico e Ártico, fazem parte do
tratamento não medicamentoso das dislipidemias. Uma meta-análise de
1997 já trazia que a suplementação de 3 a 4g de ômega 3 é capaz de
reduzir de 25 a 35% dos TG em indivíduos com hipertrigliceridemia, e
que pode reduzir mais naqueles com hipertrigliceridemia grave. Hoje
esse dado já é bem evidenciado, que a diretriz brasileira de dislipidemia
e aterosclerose aponta que tal suplementação nos valores de a partir de
1g já fazem parte para o tratamento de triglicérides elevado. O principal
mecanismo por trás dessa redução se deve a inibição dos ácidos graxos
ômega 3 sobre duas enzimas responsáveis por sintetizar TG hepático,
isso reduz a secreção de VLDL. Bem como aumentando atividade de
uma enzima que degrada TG do VLDL.
Em relação ao colesterol, no que tange a suplementação de ácidos
graxos ômega 3, ainda não possui dados robustos mostrando redução.
Inclusive dados apontam que em indivíduos com hipertrigliceridemia e

hipertrigliceridemia grave pode ocorrer um aumento tanto de LDL-c
como de HDL-c. Um posicionamento mais recente sobre o consumo de
gorduras e saúde cardiovascular da sociedade brasileira de cardiologia,
do ano de 2021 concretiza que a suplementação com ômega 3 marinho
(2-4g/dia) pode ser recomendada para hipertrigliceridemia grave (>500
mg/dl), como parte do tratamento.
Diante do exposto, os ácidos graxos ômega 3 podem reduzir o risco
cardiovascular através de uma diminuição de triglicerídeos.

Esse texto foi escrito por Vitor Nascimento (@vitornascimentonutri), baseado em artigos científicos. Todo material utilizado pode ser disponibilizado quando requerido. Se você ficou com alguma dúvida entre em contato conosco pelo e-mail: [email protected]

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